Inicio esta coluna, onde periodicamente faremos o resgate histórico dos nomes das ruas do bairro de Coqueiros, com seus ilustres personagens, que a elas emprestaram seus nomes ou foram homenageados e distinguidos por lei, para se perpetuarem na nossa comunidade. Coincidentemente nascido a 13 de dezembro, como eu, o Almirante Tamandaré será o primeiro a ser resgatado pelos seus feitos e sua vida pública, pela autora.
Nome da via pública que liga a principal via do bairro, a Desembargador Pedro Silva com a via expressa (BR282), a Almirante Tamandaré é a única avenida de Coqueiros, por assim dizer, que possui um canteiro central ajardinado e um agradável boulevard.
Joaquim Marques Lisboa, nascido na cidade gaúcha de Rio Grande, faleceu no Rio de Janeiro em 1897. É considerado herói nacional e Patrono da Marinha de Guerra do Brasil, e, por isso, no dia do seu aniversário é comemorado o Dia do Marinheiro.
Foi um militar da Armada Imperial Brasileira e atingiu o posto de Almirante. Pelos elevados serviços prestados ao Império, foi agraciado com os títulos de barão, visconde com grandeza, conde e marquês de Tamandaré. D. Pedro II escolheu o nome Tamandaré em honra da praia pernambucana onde esteve de passagem com o futuro Almirante, que pediu ao imperador o favor de recolher os despojos de um seu irmão enterrado no cemitério daquela localidade.
Além de Florianópolis, outras cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre receberam ruas como nome de Almirante Tamandaré.
Durante sua vida militar participou de grandes momentos revoltosos em que foram envolvidas as tropas brasileiras: A Guerra da Independência Brasileira, da Confederação do Brasil, e das revoltas ocorridas no Período Regencial como a Cabanagem, a Sabinada, a Farroupilha, a Balaiada e a Praieira.
Com envolvimento do Brasil nas Guerras travadas com nossos países vizinhos, participou da Guerra contra Oribe e Rosas que eclodiram na Guerra do Paraguai; Comandou as forças navais brasileiras na Bacia do Prata, em apoio à Batalha do Passo da Pátria, a Batalha do Cururu e a Batalha do Curupaiti.
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai. Por isso, também é conhecida como a Guerra da tríplice Aliança.
Esse conflito armado durou mais de cinco anos, de dezembro de 1864 a março de 1870. Para esse conflito o Brasil enviou mais de 150 mil homens à guerra. Desses, 50 mil não voltaram e um grande número retornou para casa sem condições de uma vida civil com dignidade, já que muitos voltaram mutilados.
Em setembro de 1893, redigiu seu testamento e entre as disposições por ele citadas escolhemos uma para ilustrar sua vida exemplar dedicada a Marinha do Brasil: “Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha Pátria e prestar algum serviço à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro.”
Sua foto já foi estampada em uma cédula de moeda nacional, na nota de um cruzeiro, uma cédula antiga e sem valor atualmente. Teve circulação entre 14/12/1944 a 13/05/1967.
Maria Helena Meira Luz
Pesquisadora do INGESC (Instituto de Genealogia de Santa Catarina)
Cadeira Nº. 15 da ASAJOL (Academia São José de Letras)